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sábado, 11 de dezembro de 2010

Livro.

O segredo milenar da cura indígena através das ervas.

1. Introdução.

Um dos pesquisadores da universidade do Paraná, Edvino Donato Tempski, realizou pesquisa sobre os índios Kaingangues do Alto Uruguai. Esta pesquisa foi publicada no livro"Caingângues, gente do mato". Ele 1 vice-presidente do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico Paranaense fundado em 1902, pesquisava sobre os índios Kaingangues. As tradições dos índios Kaingangues foram mais fortes na região do norte do Rio Grande do Sul. Ele que nasceu no ano 1913 em Erechim, capital do Alto Uruguai, no lugar onde hoje fica o catedral. Era enviado pela universidade para registrar e salvar o que restou desta bonita e rica cultura. O senhor Tempski era preparado para este trabalho como ninguém outro: pesquisador, historiador, médico e escritor. Como bom observador mostrava amor especial para este trabalho e fazia algumas observações e anotações desde os anos 20.

Médico profissional de destaque em Curitiba tinha facilidade entender e escrever sobre medicina natural dos índios. No ano 1984 foi escolhido Secretário Geral de X Congresso Brasileiro de médicos escritores. Atuava junto com outro pesquisador de destaque seu colega Moises Paciornik.

Em 2002, ano da campanha da fraternidade, fala sobre os índios, o que mobilizou e incentivou um grupo de pesquisadores para dar continuidade a este trabalho e escrever mais sobre as plantas medicinais dos índios Kaingangues.

Um dos pesquisadores neste trabalho é Oruã, junto com padre. Oruã é de família de Rosa, nome completo: josé Mauro oruã da Rosa. Ele no dia 19 de fevereiro de 2002 foi escolhido presidente de COCAI / Conselho Nacional de Capacitação dos Povos Indígenas/ dos Índios de todo brasil. Identidade COCAI tem como objetivo preservar as tradições indígenas no Brasil.

Escolhido pelos índios, representantes de todas as tribos do Brasil. Ele sentiu-se obrigado em consciência fazer alguma coisa, sendo a pessoa mais competente para este trabalho.

José Mauro Oruã da Rosa nasceu no dia 21 de setembro 1959, em Erechim RS, na família indígena que tinha tradição de pajelança. Seu avô era pajé e com ele aprendeu muita coisa, desde 7 anos de idade. Seu avô nasceu nos anos 1880 quando as tradições dos Kaingangues ainda foram vivas e cultivadas por todos.

Ele vivia quando ainda tinha pessoas idosas lembrando tempos onde não tinha nenhum branco /fog/ por perto. Quando tinha 12 anos seu avô faleceu. Neste tempo já tinha suas idéias sobre medicina natural e começou trabalhar o que aperndeu de seu avô. Até sente saudades do seu avô e gosta de visitar os lugares onde passava com ele, procurando plantas, ouvindo histórias e aprendendo os segredos dos seus antepassados.

Desde os 22 anos começou a ajudar as pessoas. Com a morte do seu avô, ficou no compromisso de resgatar a cultura Kaingangues. principalmente, sobre plantas medicinais, danças e pinturas. Aprendeu do seu avô 28 danças diferentes[por exemplo:dança de chuva, de guerra, de caça, de colheita, e outras] danças que foram antigamente conhecidos no meio dos Kaingangues e hoje são esquecidos. O avô dele ensinou-lhe também muito sobre as pinturas não só de Kame e Kairu, mas muito mais. Desta riquíssima cultura pouco restou e ainda é tempo de resgatar o que sobrou.

"Meu avô viveu em meio a tempo difícil, não tinha possibilidade de pesquisar nem os recursos. Naquela época os pajés até o dia de hoje virem assombrados com isto o que aconteceu no passado. Não falam que eram pajés. Até meu avô Sebastião não usava seu nome indígena deixando o só para amigos mais íntimos. Hoje posso dizer, que sou herdeiro de uma pajelança e herança do meu avô. Ele não escolheu nenhum dos seus filhos. Teve dois filhos homens e oito filhas. talvez observando a eles viu que não tinham capacidade ou não tinham interesse e eu como criança pequena e doente tinha interesse e carinho especial da parte do meu avô.
Como neto preferido transmitiu para mim muitos segredos. Não quero deixar eles só para mim mas desejo repartir com os outros. que todos poderiam conhecer um pouco mais desta cultura maravilhosa, cultura dos índios que aqui viviam há milhares de anos".

A história de Erechim, a história do Rio Grande do Sul, e do Brasíl, comparando com milhares de anos de vida nestas terras dos índios, ela é muito curta. Sendo escolhido pelos índios do Brasil como presidente do Conselho Nacional de Capacitação dos Povos Indígenas sente alegria e obrigação junto com o padre em escrever este livro e resgatar um pouco desta maravilhosa cultura, especialmente sobre medicina natural dos índios.

2. Biodiversidade.

O Brasil é o país mais rico do mundo em biodiversidade. A Amazônia, com seus 6,5 milhões de km2, é a maior floresta tropical do mundo. A maior parte da floresta encontra-se em território brasileiro.

A Mata Atlântica, ao contrário da floresta amazônica, desenvolveu-se sobre extensa cadeia montaniosa que acompanha quase todo o litoral brasileiro. A evaporação da água do mar, os ventos que sopram em direção ao continente ajudam deter a umidade necessária para a formação de uma floresta tropical. A condensação dessa água, que se resfria ao chegar às serras litorâneas, vira em chuva, muito frequentes na região.

Conforme os botânicos que a pesquisaram, a Mata Atlântica é a floresta que mostra a maior diversidade de vegetais do mundo.

Acreditamos que contém mais de 25 mil espécies de plantas, muitas delas que só existem apenas nesse ecossistema. Comparando o número total de espécies animais e vegetais que a habitam, chegaremos a cerca de 200 mil. Para comparar, na floresta temperada da Europa crescem em média dez espécies por hectare e na Mata Atlântica mais que 150 espécies em igual área.

Nossos índios tinham a maravilhosa possibilidade de experimentar tanta variedade de plantas aqui existentes. Com certeza não descobriram tudo e para nos sobrou muito e ainda sobre para desvendar. como dizem os cientistas, a maior parte da fauna e de flora ainda não foi clasificada.

Como a malária, doença que dizimava milhões de pessoas, a cura dela foi achada na planta usada pelos primitivos. Com certeza a cura de muitas doenças que preocupam hoje e amanhã ao mundo podem ser encontradas na natureza. Talvez o câncer, aids tenham sua cura na natureza.

Hoje começamos a valorizar muito mais a natureza e pesquisar. Os índios do seu jeito pesquisavam milhares de anos vivendo dia a dia no meio da natureza. Cada planta, eles experimentavam mastigando, saboreando, comendo. Observando os pássaros, animais e comportamento deles. observavam as reações do próprio organismo como reagia experimentando diversas plantas.

Dizem que mais patenteiam nossas plantas são os cientistas dos Estados Unidos porque eles possuem os maiores e melhores laboratórios. Descobrem a utilidades das plantas o que muitas vezes os índios já sabiam e sabem há milhares de anos.

Queremos neste livro falar só sobre as plantas nativas. Não são as nativas plantas que chegaram de fora, por exemplo, do clima frio e outros regiões do mundo. Elas nascem aqui, mas não possuem propriedades medicinais como lá de onde vieram. Elas são acostumadas a crescer naturalmente em outro lugar outro clima, ambiente. Perde-se muito nestas adaptações. Elas muitas vezes mudam seu princípio ativo.

Algumas plantas se desenvolvem em clima frio. As plantas que hoje usamos muitas são vindas da Europa como por exemplo: camomila, hortelã, alho e outras.

Estas plantas são conhecidas, pesquisadas e é difícil alguma coisa nova descobrir. As plantas daqui que temos são milhares e não conhecemos muitas delas, nunca foram estudadas e as únicas pistas para seu uso os índios podem nos fornecer.

As nossas plantas oferecem uma enorme quantidade de opções de princípios ativos, que podem ser utilizados na preparação de medicamentos.

Todas as formas de medicina: alopática ou homeopática, tradicional ou alternativa, em grande parte valem-se das florestas tropicais como base para a fabricação de seus medicamentos, sejam pomadas, antibióticos, chás, tinturas, anti-concepcionais ou anti-câncer. São inúmeros os remédios desenvolvidos a partir de usos nativos de plantas.

Um dia talvez vamos digitar...........